Perfil Comportamental e as percepções por trás das relações
Compreender o mundo é o mesmo que compreender várias ideias. Compreender as ideias é automaticamente compreender as pessoas. O que seria do mundo sem as ideias, o que seriam as ideais sem pessoas e o que seria do mundo sem as pessoas e os seus ideais?
Todo mundo já deve ter escutado aquele ditado popular onde “ninguém é feliz sozinho”. Assim como é preciso de pessoas para viver momentos e experimentar a vida através da felicidade, é nesse mesmo espectro da relação com pessoas que, muitas vezes, nos colocamos em situações constrangedoras, difíceis e até mesmo determinamos fins de relações e/ou relacionamentos afetivos. A incompreensão nos leva ao limbo.
Hoje existem inúmeras ferramentas que nos possibilitam conhecer e melhorar nosso convívio entre seres humanos, uma delas é o estudo sobre os perfis comportamentais. Entender os perfis não facilita apenas o viver em sociedade e a percepção de relacionamentos, mas sim atua como chave fundamental para o autoconhecimento. Fazer sua autoanálise, traçar seus pontos, se reconhecer através do perfil identificado é uma forma de ampliar a visão sobre suas ações, emoções, sentimentos e relacionamentos.
Atualmente fala-se muito em ter sucesso, encontrar sua versão superior, ser alguém pelos seus serviços, ações, sua influência. Isso resumo um pouco a busca em ter ou ser alguém de “alta-performance”. Mas para chegar ao ápice, é preciso buscar saber sobre si. O especialista em pessoas Tiago Brunet diz que “antes de saber tudo o que está por vir, você precisa responder: Quem é você? Uma vida atualizada tem identidade, propósito e destino”.
Quantas vezes nos envolvemos em situações conflitantes pela dificuldade em compreender as pessoas e as ações por elas apresentadas? Já parou para pensar em quantas pessoas você deixou de conviver por não aceitar a forma como ela se expressa/age, pelo simples fato de não saber como interpretá-la ou por não permitir ela ser da forma como é, e não estar agindo conforme o que esperamos? Até quando vamos deixar nossas crenças, ideologias, egoísmo e militância determinar a forma como vemos, ouvimos e percebemos o outro?
O mesmo vale para a nossa relação interior, quando não compreendemos algumas de nossas próprias decisões, focando nas incapacidades, sem conseguir explorar todas as nossas competências, faltam conexões. Para desenvolver um alto desempenho, em qualquer área da sua vida, é preciso querer se transformar, pois quando não se está pronto a aceitar o que se é e a se abrir para mudanças que elevem o seu perfil, a abundância não chega.
Para que seja mais fácil compreender os perfis comportamentais, veremos agora como eles se qualificam, medos e dificuldades por trás de cada um, e como eles podem potencializar as habilidades individuais de casa ser e as suas relações. Dentro das classificações, encontramos bem definidos 4 tipos de perfis: executor, comunicador, planejador e analista.
Executor: pessoa otimista, dinâmica, líder nato, com base de raciocínio lógico/dedutivo, pé no chão, independente, sabe lidar com riscos e desafios. Trabalhador, disposto, determinado e dinâmico. A característica principal do executor é a força de vontade. Porém, por ter esse perfil totalmente proativo, tende a ter medo do fracasso, errar e/ou assumir erros, perder sua autonomia, independência e o cargo/posição que ocupa.
Comunicador: extrovertido, comunicativo, fácil adaptabilidade e não tem medo de expor/trocar conhecimento. Super motivacional, harmonioso, tem a necessidade de contato interpessoal e não se prende a poucas ideias. Como característica principal está a agilidade em criar, desenvolver e executar ideias/tarefas. Entretanto o comunicado precisa ter cuidado, pois o multifoco é um ponto negativo, assim como seu medo de ficar sozinho, ser rejeitado e perder o prazer pelo que faz vendo sua qualidade de vida ameaçada.
Planejador: pelo próprio nome se observa a precisão em planejar. Pessoa organizada, calma, tranquila, autocontrolada, com uma rotina impecável. Trabalham sem pressão, mas com bom senso para decidir em tempo hábil. Coámo característica principal está a facilidade em se adequar as situações e pessoas, bem como traduz seu ritmo disciplinado e constante, paciente, observador e equilibrado. Mas, por preferir sempre seguir padrões, tem uma certa dificuldade em desenvolver novas ideias, assim como ampliar seu círculo de relacionamento e tem medos como perder o controle, a opinião dos outros e desequilíbrios nas relações.
Analista: perfil calmo, focado, rígido e um tanto preocupado. São pessoas que nas relações são mais introspectivos, retraídos e sensíveis. Por mais que pareçam pessoas fechadas, são carinhosas e gostam de surpreender. Traz como características principais a facilidade em exercer funções com maestria, resolver problemas com facilidade, gosta de surpreender devido a sua agilidade, raciocínio rápido, alto desempenho, intelectualidade e inteligência. Porém, esse perfil tende a se magoar com facilidade por não receber com clareza as questões do outro, deixando seus medos do ridículo, da não excelência e de não prever todas as possibilidades com antecedência, o dominar. Apesar do pessimismo e do perfeccionismo, são pessoas predestinadas a fazer bem feito.
Conhecer esses 4 pontos possibilita o aprendizado sobre como posso ver o outro de forma diferente e também como eu posso me ver. É uma forma de treinar como o outro merece ser tratado e não como eu acho que ele deva ser. Quando temos a possibilidade de aprofundar o conhecimento em determinados assuntos que temos uma maior dificuldade, estamos nos colocando a disposição da mudança. O primeiro passo é querer ser diferente para que as relações com o outro também mude.
É muito fácil e mais cômodo agir de acordo com o que fomos treinados para ser, exercer e sentir. Muitas vezes nossos instintos e intuições são falhos, e dessa forma, se basearmos nossas escolhas neles, estamos fadados a fracassar. Por isso, precisamos aprender a identificar esses perfis, primeiro, em nós mesmos, para aprender a controlar nossas atitudes, evitando conflitos de qualquer ordem.
Assim, coisas simples como controlar os impulsos, estar presente, ouvir com atenção, serão amis fácil de controlar e exercer uma relação neutra, saudável, com diálogo e resultados positivos.
10 passos para melhorar as relações entre pessoas, potencializar as necessidades comportamentais e ter alta performance em todas as suas relações:
1) Reconheça, valorize e potencialize as diferenças, saber andar em um terreno pedregoso sem se machucar ou machucar o outro é fundamental. Aprenda com o outro ao invés de julgar.
2) Saiba aprender e a compartilhar o conhecimento adquirido, não busque ser o melhor ou ter a última palavra, o melhor, nesse caso, é desenvolver o espírito colaborativo.
3) Tenha sempre o espírito da visão sistêmica, onde o todo é mais importante do que a si. Reforçando: seja C O L A B O R A T I V O.
4) Se coloque mais no lugar do outro, nem sempre o que se vê externamente traduz o que se passa no interior e na pessoalidade do ser.
5) Seja verdadeiro, íntegro e confie (até certo ponto) na pessoa que está recebendo ou compartilhando conhecimento. Essa confiança não diz sobre partilhar dores e segredos, mas sim estar ali de forma mútua e plena para receber o que o outro está disposto a dar.
6) Tenha sempre um foco em comum com o outro. Embora aceitar e receber idoneamente as diferenças seja algo positivo, quando há interesse entre ambos, é comum as relações de troca fluírem naturalmente.
7) Tenha propósito em cada relação. Um bom direcionamento traz bons resultados.
8) Ao se relacionar, saiba definir suas prioridades, assim evitará conflitos de qualquer espécie.
9) Esteja disposto a ser transparente. Uma boa relação de convívio começa por uma comunicação aberta ao necessário, ou seja, que se saiba ouvir, respeitar, analisar e aceitar o que está sendo colocado em questão.
10) Identificar o perfil comportamental da pessoa, a ponto de filtrar e conduzir a conversa para um caminho confortável a ambos.
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