Feridas emocionais e a vida adulta: qual a relação e o impacto na tua vida?
Nem todo comportamento é fruto de um desvio de personalidade ou antipatia. Já parou para analisar como foi a sua infância e o quanto você carrega marcas do passado? São essas marcas que travam sua vida em forma de feridas emocionais. E é isso que vamos tratar nesse artigo!
Nosso “eu” é composto pelo que fomos ensinados, pelo que presenciamos, pelo que absorvemos e pelo que escolhemos ser, seja de forma direta ou inconscientemente. Muitas das batalhas que travamos na vida adulta trazem histórias atreladas. Afinal, quando começamos a mapear a nossa vida? É simples: na infância. De fato: o que acontece na infância, não fica na infância. Os maiores problemas enfrentados na vida adulta são em decorrência de ações do passado.
Feridas emocionais são como cicatrizes invisíveis que carregamos ao longo da vida adulta. Elas podem vir de experiências dolorosas, como traumas, rejeições, perdas ou abusos emocionais e o problema é que essas feridas não são só lembranças; elas afetam como nos sentimos sobre nós mesmos e como interagimos com o mundo ao nosso redor.
Imagine que você teve uma decepção amorosa no passado. Aquela dor pode ter deixado marcas profundas, fazendo com que você tenha dificuldade em confiar em novos relacionamentos ou até em se abrir emocionalmente. Isso pode impactar suas escolhas de vida, seus medos e até sua autoestima.
Outro exemplo são as feridas causadas por experiências familiares complicadas. Um ambiente familiar disfuncional pode deixar alguém inseguro ou com dificuldades para estabelecer vínculos saudáveis com outras pessoas. Pode criar padrões de comportamento prejudiciais ou até mesmo afetar a saúde mental.
Essas feridas emocionais muitas vezes nos levam a desenvolver mecanismos de defesa, como evitar certos tipos de situações ou pessoas, ou até nos levar a repetir padrões de comportamento prejudiciais. Elas moldam nossa visão de mundo e influenciam nossas emoções diárias, mesmo que não estejamos conscientes disso.
É importante reconhecer essas feridas para que possamos trabalhar nelas e curá-las. Isso pode envolver terapia, apoio de amigos e familiares, ou simplesmente uma reflexão profunda sobre nossas próprias emoções através da constelação familiar. À medida que lidamos com essas feridas, podemos começar a nos libertar das limitações que elas impõem e a construir uma vida mais plena e satisfatória.
Para que compreendamos melhor inúmeros aspectos da nossa vida e como lidamos e nos apresentamos diante de diversas situações, vamos analisar as 09 maiores feridas emocionais que conhecemos durante nosso desenvolvimento humano:
1) Rejeição: normalmente aprendemos, de forma inconsciente, quando não somos aceitos ou amados pelos nossos pais. Isso afeta a forma como teremos relações no futuro. Na vida adulta ela se apresenta em um ciclo de incapacidade em construir relações saudáveis.
2) Vergonha: ser repreendido, envergonhado, humilhado, desmoralizado por atos, ações ou comportamentos que afetam a sua autoestima. Quem nunca ouviu de um pai ou familiar, expressões como: “você é burro”, “desse jeito não vai ser ninguém na vida”, “cala boca ignorante”. Resultado: um adulto inseguro, que não acredita no potencial que tem e se sente intimidado frente a situações confrontantes.
3) Abandono: altamente ligado a rejeição, acontece de forma física ou emocional, na saída dos pais de casa ou na falta de afeto. /traz lacunas emocionais e dificulta o desenvolvimento de relações afetuosas e amorosas.
4) Humilhação: ligada a vergonha, é quando se recebe um tratamento degradante por cometer um erro, ter dificuldades em realizar tarefas ou desenvolver suas habilidades. Acaba debilitando a forma como você se vê frente ao novo.
5) Traição: traição no âmbito familiar causa uma sensação de desconfiança extrema. Quando crescemos vendo situações que afetam a confiança, automaticamente nos colocamos em sinal de alerta. Isso prejudica a forma como vamos desenvolver nossas relações com parceiros e amigos. Um ser que desconfia de tudo sofre com retaliações.
6) Medo: a criança na infância/adolescência começa a enfrentar seus medos e a trabalhar suas emoções. A família nem sempre trata com naturalidade e apoia na superação, muitas vezes, trata como se fosse fraqueza, covardia, fragilidade, falta de coragem. Nem precisa dizer o que acontece na vida adulta. Medo extremo do se enfrentar!
7) Violência: essa vemos em duas posições: quando a criança sofre “correções” através de agressões como forma de “disciplina”, traumatizando seu interior a aceitar esse tipo de comportamento, e também por vivenciar agressões no meio familiar. As duas opções mudam a chave do que a pessoa se considera merecida para receber.
8) Injustiça: quando se presencia ações de injustiça, seja dentro de casa, entre familiares ou com outras pessoas em outros ambientes, as feridas emocionais te levam a desencadear sensações de frustração, aborrecimento, trazendo um mal-estar emocional. Ela também pode afetar diretamente a sede por justiça e vontade de mudar cenários de forma descontrolada.
9) Descredibilização: não ter suas ideias validadas, não levar em consideração suas opiniões, não acreditar quando se conta fatos detalhados, não validar seus pensamentos. São formas de matar, pouco a pouco, a confiança em defender seus pontos de vista e sua autonomia para repassar fatos, informações. Um adulto incapaz de deixar fluir suas ideologias.
Quando fazemos uma análise detalhada de como foram as etapas da nossa vida e tudo o que vivemos a cada momento, conseguimos traçar um mapa e identificar de onde vem cada adversidade que enfrentamos como adultos. Para superar as feridas emocionais, precisamos viver um processo gradual e individualizado, que muitas vezes é doloroso e exige muita paciência, foco e concentração. Por isso que encontrar o apoio certo, com os profissionais adequados faz toda a diferença.
Para começar o seu processo de cura, abaixo estão alguns tópicos que podem ajudar nesse caminho:
Autoconhecimento e Reflexão: Identificar as feridas emocionais e reconhecer como elas têm afetado sua vida. Refletir sobre as origens dessas feridas e como elas foram desenvolvidas ao longo do tempo.
Aceitação e Perdão: Aceitar que feridas emocionais são parte da sua jornada e que é normal sentir dor. Praticar o perdão, tanto a si mesmo quanto aos outros envolvidos nas situações que causaram as feridas.
Busca por Apoio: Buscar ajuda profissional através de psicoterapia ou aconselhamento para trabalhar as questões emocionais de forma mais profunda. Conectar-se com amigos e familiares que possam oferecer suporte emocional e compreensão.
Desenvolvimento de Resiliência: Desenvolver habilidades de enfrentamento emocional e resiliência para lidar com situações desafiadoras. Cultivar pensamentos positivos e práticas que promovam o bem-estar emocional, como meditação, exercícios físicos e hobbies.
Reformulação de Crenças Limitantes: Identificar e desafiar crenças negativas ou limitantes que foram reforçadas pelas feridas emocionais. Substituir essas crenças por pensamentos mais realistas e positivos sobre si mesmo e sobre o mundo.
Foco no Autocuidado: Priorizar o autocuidado físico, emocional e mental, garantindo uma dieta equilibrada, sono adequado e tempo para relaxar. Estabelecer limites saudáveis e aprender a dizer não quando necessário.
Crescimento Pessoal e Espiritual: Buscar crescimento pessoal através da educação, leitura, desenvolvimento de novas habilidades ou explorando novas experiências. Explorar práticas espirituais ou filosóficas que possam fornecer conforto e um senso de propósito.
Cada pessoa pode encontrar um caminho único para superar suas feridas emocionais. O importante é ser gentil consigo mesmo durante o processo e buscar o suporte necessário quando precisar. Eu estou aqui para ser a ponte no teu caminho da libertação.
Vamos juntos?
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